UE explora Ethereum ou Solana para o euro digital enquanto a lei de stablecoin dos EUA aumenta a pressão: relatório
As autoridades europeias estão avançando mais rapidamente nos planos para um euro digital depois que Washington aprovou uma lei abrangente de stablecoin que muitos em Bruxelas veem como uma ameaça à competitividade da moeda única da UE.
De acordo com o Financial Times, pessoas próximas às negociações disseram que a mudança começou depois que os EUA aprovaram a Lei de Orientação e Estabelecimento de Inovação Nacional para Stablecoins dos EUA, conhecida como Lei Genius.
Desde então, as autoridades vêm repensando como o projeto europeu deve ser estruturado.
URGENTE: UE CONSIDERANDO EXECUTAR O EURO DIGITAL EM UMA BLOCKCHAIN PÚBLICA COMO SOLANA OU ETHEREUM, EM VEZ DE PRIVADA, DEVIDO À PREOCUPAÇÃO COM A COMPETITIVIDADE – POR FONTES DO FT
pic.twitter.com/WTHL040BvD— DEGEN NEWS (@DegenerateNews) 22 de agosto de 2025
Ação rápida dos EUA sobre regulamentação de criptomoedas pressiona a UE a acelerar planos
Sancionada pelo presidente Donald Trump em julho, a Lei Genius estabelece as primeiras regras abrangentes para o mercado de stablecoin de US$ 288 bilhões.
De acordo com a legislação, os emissores de tokens atrelados ao dólar devem manter reservas totais em ativos líquidos, cumprir obrigações de licenciamento e cumprir padrões rígidos de relatórios. Os defensores argumentam que a estrutura fortalece a proteção do consumidor enquanto ainda deixa espaço para inovação, um equilíbrio que os reguladores lutaram para alcançar.
Na Europa, o movimento rápido de Washington incomodou os formuladores de políticas que vinham avançando em seu próprio projeto com mais cautela.
Cresce o debate sobre blockchain público versus livro-razão privado para o euro
digitalAs autoridades agora estão debatendo se um euro digital deve ser executado em uma blockchain pública como Ethereum ou Solana, um afastamento dos planos anteriores que se inclinavam para um livro-razão privado controlado pelo Banco Central Europeu.
Os defensores dizem que o uso de um blockchain aberto pode permitir que o euro circule mais amplamente, enquanto os críticos alertam que as redes públicas expõem as transações ao escrutínio e levantam preocupações com a privacidade.
Apoiadores argumentam que blockchain aberto pode expandir o alcance do euro além da Europa
O Banco Central Europeu começou a estudar a ideia de um euro digital em outubro de 2021. Desde então, o projeto tem sido visto como uma moeda digital do banco central. Seu objetivo é complementar o dinheiro e se adaptar a uma economia mais digital. Além disso, visa garantir aos europeus um acesso contínuo ao dinheiro do banco central. Por fim, busca reduzir a dependência de provedores de pagamento estrangeiros.
Hoje, as redes internacionais de cartões lidam com a maioria dos pagamentos da zona do euro, com empresas não europeias dominando entre 68% e 72% das transações.
As autoridades temem que, sem uma ação rápida, a estrutura regulatória dos EUA possa acelerar a demanda global por tokens lastreados em dólares. Como resultado, o papel do euro nos pagamentos transfronteiriços pode enfraquecer gradualmente.
A escolha do design tem peso geopolítico. Um sistema privado administrado pelo BCE espelharia a abordagem do banco central chinês ao seu yuan digital, que é rigidamente controlado. Um euro público baseado em blockchain, por outro lado, se aproximaria do modelo promovido por empresas privadas nos EUA.
Alguns formuladores de políticas argumentam que um euro digital em uma blockchain aberta poderia fortalecer o alcance da moeda além do bloco.
Outros temem que isso abra a porta para riscos que a Europa há muito tenta conter. Por enquanto, ambas as opções permanecem na mesa, mas o debate ganhou urgência após a decisão de Washington.